RPM de Volta. E agora? - Parte 1

Se alguém disser que não se surpreendeu deve estar mentindo. O retorno do RPM se deu um tanto às escuras. O ano de 2010 foi de expectativa entre todos os fãs, com programas na Globo, frequentes menções à banda na mídia diversa e uma conversa entre Paulo Ricardo e Fernando Deluqui, que culminou com o Paulo mordendo a língua em um programa de rádio e aparentemente jogando tudo a perder. O ânimo dos fãs, que havia se exaltado, foi à lona. E pra começar 2011, vida nova. Como já dito em posts anteriores, mensagens no twitter marcaram a volta da banda com um novo disco de inéditas. Resta saber qual será o pique do RPM. Analisando pelos últimos CDs, a saber Zum Zum e Prisma, Paulo Ricardo aparentemente perdeu a mão de fazer rock. Suas letras chegaram a ser sofríveis algumas vezes. Mesmo em sua carreira romântica nos anos 90 se podia perceber um nível de qualidade. Mas principalmente em Zumzum, essa qualidade desapareceu. Basta ver a faixa "O Amor em Si". Ou ainda em Prisma, na música "A Chegada" a frase 'Ah, seu eu tivesse tipo um GPS pra te localizar, meu anjo lá do céu'. Seu visual, de forte apelo roqueiro nos anos 80 e em 2002, agora se distancia completamente do que foi. Mas PR "deu a volta por cima" na sua transição romântico-rock em 2002. Além disso, seu talento é indiscutível. Questiona-se o uso dele. Por isso tem crédito para que acreditemos que recuperará a pegada. Sua personalidade é outro ponto difícil de se domar. Paulo Ricardo é centralizador e já se mostrou musicalmete eclético - talvez até demais. Se ele lançasse um grupo de pagode eu não me assustaria. O empresário da banda - Aldo Guetto, segundo Schiavon - vai ter que suar para domar Paulo. Schiavon é rei. Gostaria de saber quais foram os termos exigidos por ele nessa volta, já que deixar a estabilidade de um cargo importante na TV para ir para uma banda que teve dois finais controversos é um grande risco. Veremos nos próximos meses se ele continuará a aparecer no Faustão. Vale lembrar que o portal Terra ventilou a informação de que a banda do Domingão seria desativada. A ver. Com relação a sua capacidade, nada a contestar. Pianista de formação clássica e desenvolvido no rock, Schiavon pode ser o elemento que vai dosar para que o RPM soe moderno mas remeta às suas origens oitentistas. Além disso, é o principal compositor da banda. E nisso ele nunca nos decepcionou, não haverá de ser agora que isso vai acontecer. Visual de rockeiro o Schiavon nunca teve, mas isso para ele, a alma da banda, é um mero detalhe. No próximo post, a segunda parte. Revolução!