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  • RPM 2011 - Elektra

    Já conhece o trabalho do RPM 2011? Se chama Elektra, já está à venda nas lojas. Confira!.

Entrevista com Luiz Schiavon

Olá Luiz! O RPM sempre teve como base os seus maravilhosos teclados. Mas desde os anos 90, este parece estar perdendo cada vez mais espaço nas músicas em todo o mundo. Até mesmo nas demos de 2003, parece que seu trabalho ficou meio restrito, escondido... Então, ainda tem como fazer o teclado se sobressair nas músicas dessa década sem parecer datado, retrô? Sentirmos novamente aquele teclado "sirene” (Como o Nando mesmo diz)? Abraço de quem te admira muito. Eduardo Bernardo da Silva Neto 24 anos Rio de Janeiro-RJ R- Olá Eduardo. Eu discordo parcialmente da sua colocação. A música de pista é baseada em teclados e samplers. Os remixes que bombam em rádios e nightclubs de todo o mundo também. E inúmeros artistas e bandas usam em maior ou menor grau. Creio que houve um momento, na década de 90, em que realmente as bandas de rock usavam pouco, mas hoje isso não acontece mais e, pelo contrário, voltou a se tornar até uma tendência um certo olhar “oitentista” nos arranjos. Luiz, antes de mais nada gostaria de dizer que vc é o melhor tecladista e arranjador que este País tem. Admiro-te muito! Num possível CD de inéditas do RPM, há possibilidade do disco voltar a ter as duas facetas do RPM clássico: Pop e com um "lado B", mais dark? Já que esta foi talvez a fórmula do sucesso do RPM. Ou seja, músicas mais dançantes e outras mais "sombrias". Marta Mendes Rio de Janeiro/RJ R- Olá Marta. Creio que isso seja uma característica do RPM. Sempre tivemos uma tendência a mesclar as duas coisas. Se hoje fôssemos fazer em novo trabalho certamente o lado B estaria presente, talvez não da maneira como fazíamos em 85.
Luiz, qual é o seu arranjo de teclados preferido? A banda sempre disse que usou muitas drogas. Durante algum show você, ou algum integrante foi prejudicado pelos efeitos? Marcelo de Andrade 25 anos Sampa R. Olá Marcelo. No RPM acho que Olhar 43, Juvenília, 4 Coiotes e Revoluções. Na minha carreira, incluiria também Mad Maria, Esperança e Tormento D´amore. Sobre as drogas, cada um teve um envolvimento diferente. Posso falar de minha experiência pessoal. Nunca usei nada antes de shows. Na verdade não consigo nem comer direito antes de um show. Fico muito tenso e só relaxo depois. Além disso minha “carreira” de usuário durou apenas 2 anos, quando senti a barra pesar parei rapidinho !! Olá Luiz, adoro te ver no Domingão do Faustão, para o público, sua relação profissional com a produção do programa parece ótima. Falando nisso, gostaríamos de saber quais são os seus próximos projetos, há alguma novidade no ar a longo prazo? ANE ELISA FERREIRA FATTORI 22 ANOS PENÁPOLIS - SP R- Olá Ane. Agradeço sua audiência! Tenho uma excelente relação com toda equipe do Domingão, sendo esse um dos motivos que me levam a continuar no programa. Adoro fazer televisão, é um processo muito dinâmico e temos realmente uma equipe fantástica. Sobre projetos, teremos alguns novos quadros musicais, cujo conteúdo não posso adiantar. Mas um deles, que envolve música erudita (estreará em breve) está me dando muito prazer ao fazer. Fora da TV, sempre existe a possibilidade de um novo trabalho com o RPM, dependendo sempre das agendas individuais. Oi, Schiavon. Sempre gostei do trabalho do RPM. A respeito dos remixes do disco Revoluções por Minuto (alguns deles feitos por você mesmo), circula uma tese (até em livros) segundo a qual os DJs banalizaram e desgastaram a fórmula, tanto que remixaram até uma música lenta (A Cruz e a Espada). Você acredita que, caso o RPM venha a lançar hoje um disco de inéditas, as pistas de dança e as rádios teriam interesse por remixes dos novos trabalhos da banda? Marcelo Delfino 33 anos Rio de Janeiro - RJ R – Acho que a linguagem do Remix é inesgotável. Veja por ex. o que a Madonna faz. Isso dá oxigênio às músicas, que podem ser “desmontadas” e refeitas para nichos específicos de mercado. Acho muito bacana e se fizer um trabalho novo com certeza quero vários remixes diferentes. Gostaria de saber se você imaginou o sucesso que o RPM faria e se isso atrapalhou algo em sua vida. Se sim, diga o quê? Obrigada. Selma Morita 39 anos Hikone - Japão R- Olá Selma. Qualquer um que disse que esperava o que o RPM foi estará mentindo. Lógico que quando fazemos um trabalho esperamos que seja reconhecido e ouvido, mas o furacão que rolou era completamente imprevisível ! Não acho que o RPM tenha me atrapalhado em nada, pelo contrário, me abriu portas e me permitiu trabalhar com o que gosto. Claro que se perde um pouco da privacidade, mas não ligo pra isso e levo a vida de maneira absolutamente normal, sem frescuras, sem exigências malucas e sem querer parecer estar acima das outras pessoas. Sou um cara normal, que vai ao mercado, shopping e cinema, vive pacatamente com a família e adora um jantar com os amigos. Como você avalia as críticas, até mesmo de integrantes da banda, de que o som do RPM é datado, principalmente por causa dos teclados ? Vc concorda e, em caso positivo, o que fazer para dar uma sonoridade mais atual ao RPM ? Paulo Rocha 38 anos Belo Horizonte - Minas Gerais R – Olá Paulo. Acho isso uma tremenda bobagem. Stones é datado, Pink Floyd é datado, Mozart é datado, Portinari é datado. Toda arte é datada !! Querer que um artista não seja datado é burrice de alguns críticos, que por sinal se esquecem que o que eles escrevem, TAMBÉM é datado !! Hey Mestre Schiavon, gostaria de saber de onde veio à idéia para a música Revoluções Por Minuto e qual sua música favorita do RPM. Valeu! Abs. Allessandro 15 Anos São Paulo - SP R – Olá Allessandro. Essa música foi feita a partir da idéia da seqüência que costura toda a canção. Eu construí uma harmonia que pudesse ser tocada sobre a seqüência sem que fosse preciso modular para outros tons, pois os seqüenciadores da época eram limitadíssimos em memória. É engraçado, mas se fosse fazer hoje, sem a limitação técnica da época, provavelmente a música não seria composta como ela é. O limite imposto pelas ferramentas determinaram a forma da construção musical. Interessante, né? Oi Luiz, como foi pra você a experiência com o Projeto S ? E com o LS&D ? O que você acha que faltou para que estes projetos tivessem maior penetração na mídia ? Paulo Rocha 38 anos Belo Horizonte - MG R – Olá Paulo. Outro dia estive ouvindo o Projeto S e encontrei coisas que ainda hoje acho muito boas, canções bem estruturadas, uma produção bem cuidada. O LS&D acabou tendo uma influência muito grande do material que estava sendo composto para o trabalho abortado do RPM, assim me lembra muito o próprio RPM. Em ambos faltou uma forte injeção de dinheiro para divulgação em rádios, sem o que nada funciona comercialmente. Luiz, com o amadurecimento e com as atuais circunstâncias, o rock ainda te atrai? Vc ainda tem aquela vontade de estar nos palcos, de compor, de estar ao lado dos seus amigos PR, Deluqui e PA? Marta Mendes 25 anos Rio de Janeiro/RJ R – Olá Marta. Eu gosto de rock e gosto de compor rocks. Adoro compartilhar o palco com os RPMs e mais cedo ou mais tarde vamos conseguir montar um trabalho novo e uma turnê. Mas não dá pra fingir que temos 20 anos. Hoje todos temos compromissos profissionais individuais, carreiras que precisam de atenção, etc. Mas com um pouco de boa vontade de todos uma hora dessas vamos conseguir ajustar tudo. Este ano ainda rola show da divulgação do Box nas grandes capitais? Saudade de vc menino! Bjs Zilda Senna Rio de Janeiro - RJ R – Olá Zilda. Saudades também ! Havia uma intenção de se fazer um tour de 8 ou 10 shows para dar suporte ao lançamento do box, mas por diversos motivos não conseguimos fazer isso. Bom, gostaria de saber como você avalia o rock nacional hoje, já que quem é nascido na década de 50, pegou a década de 60 e 70 inteirinha com bandas mais do que fenomenais como Led, Stones, quem nasceu em 60 e 70 pegou os anos 80 inteirinho com o RPM, Titãs, Paralamas, isto só para citar em nível nacional, e quem nasceu próximo de 90 e na década de 90 como eu infelizmente não tem o mesmo nível de qualidade, como você avalia isto? Danilo Confessor São Paulo/ SP 19 anos. R – Olá Danilo. Gosto de trabalhos como do Skank (pra mim a melhor banda da década de 90), J. Quest e outros menos conhecidos. Acho que hoje, com a internet ajudando na divulgação, a tendência a uma pulverização do mercado, com espaço a novos grupos e, principalmente, novas tendências. O barateamento dos equipamentos de gravação caseiros permite que se façam ótimos trabalhos em casa e usando ferramentas como MySpace e YouTube pode ser feita uma divulgação “corpo-a-corpo” que em muitos casos acaba resultando em sucesso comercial.
Você declarou uma vez, no chat da Globo.com, que já não sentia mais vontade de estar na estrada em longas turnês, longe de casa e da família. Hoje você tem diversas fontes de renda além da música e, eu lhe pergunto: O que faria uma pessoa como você para se interessar em colocar o RPM na estrada e encarar toda aquela loucura de viagens, shows, hotéis, divulgação etc ? Isso ainda seria importante para a sua vida ? Paulo Rocha 38 anos Belo Horizonte / MG R – Olá Paulo. Primeiramente vamos esclarecer um equívoco. Minhas fontes principais de renda vêm da música, mas de diversas facetas da música. Trabalho com gravações, produção, composição, arranjos, etc.Tenho alguns pequenos negócios em outras áreas, mas isso é mais ou menos um carne de aposentadoria! Realmente o que ocorre é que tenho 50 anos e não tenho muito saco pra turnês longas, ficar um mês ou mais viajando de cidade em cidade. Mas acho perfeitamente possível fazer um ou dois shows semanais sem maiores problemas. Além disso eu adoro viajar, é sempre um prazer pra mim. Queria saber de onde veio a inspiração e a idéia da musica NAJA?Se vcs inicialmente pensaram em colocar uma letra na musica ou de fato ela foi feita para ser mesmo instrumental ? Alexandre Pinheiro ,21 anos Quixeramobim - ce! R - Olá Alexandre. Pode ler a resposta que dei sobre REVOLUÇÕES pois a música foi feita exatamente da mesma maneira. Inicialmente era pra ter letra, mas ficou tão bacana como instrumental que decidimos por unanimidade que ela ficaria com é. Pesquisando na internet, li que em 92 você foi convidado a desenvolver um complexo trabalho de shows ao ar livre, mais ou menos nos moldes das apresentações do tecladista Jean-Michel Jarre, destinado a grandes platéias e com interferência nas cidades, utilizando elementos da arquitetura para projeções e estações de lasers. Fale-nos um pouco sobre este projeto e existe algum registro disso que algum dia possa ser disponibilizado a nós fãs. Paulo Ramos Colatina-ES R – Esse projeto foi muito interessante e se chamava Schiavon In Concert. Foi feito basicamente no sul, mas houve uma apresentação em SP. Fui chamado por uma empresa de efeitos especiais para desenvolver um show para um cliente deles (o Bamerindus) que seriam feitos sempre ao ar livre. Utilizávamos uns 4 ou 5 lasers, diversos super projetores que lançavam imagens sobre prédios além de inúmeros outros efeitos especiais no palco e nos prédios próximos. A parte musical era feita por 3 tecladistas e 2 vocalistas e era baseada em adaptações de peças eruditas, musicais da broadway e temas de cinema. O último, feito em Curitiba, foi a reinauguração do Palácio Avenida e teve público estimado em 50 mil pessoas. Infelizmente creio que não haja registro pois isso foi feito pelo Bamerindus, posteriormente vendido.
Olá Schiavon! Admiro muito o fato de vc ser excelente músico (melhor tecladista brasileiro e um dos melhores do mundo... vc voooa em Loiras Geladas!) e ter inteligência para gerir sua vida em outros campos sem ser música. Gostaria de saber acerca da produção do álbum Quatro Coiotes (q é o q eu mais gosto). Há quem diga que vc foi deixado meio que de lado neste álbum. Foi de fato assim? E o q vc acha do álbum como um todo? Abraços e vida longa para ti. Alex Lopes 23 Rio de Janeiro, RJ R – Olá Alex. O álbum 4 coiotes foi feito à partir de composições diversas que foram ensaiadas e arranjadas durante um período de um mês no qual ficamos isolados numa casas em Búzios. Talvez por isso passe uma atmosfera meio diferente, etérea. Nele a parcela de composições do Nando e P.A. foi maior que nos outros álbuns, mas os ensaios e finalização foi feito como sempre, com a colaboração de todos. Pessoalmente acho o mais fraco dos álbuns do RPM. Falta vigor e energia, embora goste muito de algumas músicas como a faixa título, Sete mares e Partners. O povo fala muito de intrigas entre bandas, e com o RPM não é diferente, mas nesse domingo mesmo o Capital se apresentou no Faustão e terminando a apresentação o Dinho foi até você e te cumprimentou e abraçou e tal.Como é sua relação com os músicos/bandas de sua época? Marcos Botelho 21 Anos Anápolis GO R – Olá Marcos. O Dinho é meu amigo pessoal, sempre nos demos muito bem. Na semana passada tivemos Paralamas e Titãs e foi uma farra, pois sou amigo de todos eles. Nunca tive problemas de relacionamento pessoal com ninguém daquela época e até hoje sou muito amigo do pessoal do Ultraje, do Metro, do Rádio Táxi, do Roupa Nova, só pra citar alguns.
O Box é um sucesso, isso abre um precedente para uma possível volta?Ainda teremos um RPM com um cd de inéditas? Marcelo Conceição 40 anos São Paulo – SP R – Olá Marcelo. Como disse em outras respostas, creio que temos todas as possibilidades de um CD de inéditas, mas não gostaria de colocar um prazo nisso, tampouco classificar como uma “volta”, que dá uma idéia de uma coisa definitiva e rígida. Acho que o RPM pode perfeitamente se encontrar para trabalhos inéditos e turnês, desde que respeitadas as carreiras individuais.

4 comentários:

Lucas P. "Delavour" disse...

Muito Boa a entrevista! ^^

Fico contente que o L.S. aceite voltar com a banda!

OBS.: O Blog tá DEMAIS!!!

Só acho que poderiam colocar arquivis em RAR de Shows e od próprios CDs/Discos comuns(já que eu estou começando a gostar de RPM)

Bem... Qualquer coisa e se quiserem material raro de Legião Urbana, é Só pedir!

Thanks!

Lucas P. "Delavour" disse...

Darkirion@gmail.com

caso alguma coisa, poderemos conversar.

Abraço a todos.

Pedro Jr disse...

Grande entrevista. Respondeu sem se esquivar de certos assuntos mais delicados e deu mais esperanças de RPM do que o PR no chat...

Valeu, Schivo!

Anônimo disse...

Simplesmente adorei a entrevista.. como disse o pedro jr.. nao se esquivou de nada..foi direto.. se der deu... eles nao tem mais a mesma idade e tbm nao da pra ficar arriscando..mais nao descartou a uma volta e um cd..era justamente isso que os fãs estavam querendo, esclarecimentos.
abracos